Cúpula chega a acordo no protocolo de Kyoto

Segunda, 23 de julho de 2001, 07h34
Os 181 países reunidos na cúpula do clima de Bonn aprovaram esta segunda-feira um acordo que permitirá a aplicação do protocolo de Kyoto, anunciou Jan Pronk, presidente da conferência. "Esta manhã se chegou ao consenso em torno da proposta de acordo de Kyoto, depois de mais de 25 horas de negociações", disse o presidente ao plenário da reunião.

Em seguida, o texto foi submetido aos delegados. Ao término da votação, sem apresentação de objeções, os delegados ministeriais aplaudiram longamente o resultado, que garante o futuro do protocolo de Kyoto, depois de quatro meses de indecisões, após o abandono dos Estados Unidos em março.

Um grupo de vinte países ricos, encabeçados pelas nações da União Européia, anunciaram esta segunda-feira que contribuirão com US$ 410 milhões anuais para que os países em desenvolvimento se adaptem às mudanças climáticas.

 

PROTOCOLO DE KYOTO

 

Documento visa à redução do aquecimento global

Foto: AP

Desastres naturais são conseqüência
das alterações climáticas

Daniel Bittencourt
Redação Terra

A criação de um instrumento legal capaz de obrigar os países signatários da Convenção do Clima, acertada na Cúpula da Terra (a Eco 92), no Rio de Janeiro, a reduzir seus índices de emissão de gases poluentes foi a meta da Conferência das Nações Unidas sobre o Clima, realizada em 1997, em Kyoto, no Japão.

Representantes de 159 países chegaram a um consenso depois de 10 dias de debates e acertaram o Protocolo de Kyoto, um documento que prevê a redução da emissão de gases causadores do efeito estufa. Os 38 países considerados maiores poluidores terão de diminuir, entre 2008 e 2012, seus níveis de emissão de dióxido de carbono e outros cinco gases que contribuem para o efeito estufa.

A redução, em média, fica em 5,2% entre 2008 e 2012, e a meta refere-se aos níveis de gases emitidos na atmosfera pelos países em 1990. Pelo acordo, a União Européia reduziria a emissão em 8%, os Estados Unidos, 7%, e o Japão, 6%. Países em desenvolvimento, como o Brasil, ficaram de fora do protocolo para poderem priorizar o desenvolvimento.

Juntos, Estados Unidos e os 15 países integrantes da União Européia são responsáveis por 38% das emissões de gases que contribuem para o efeito estufa. Só os Estados Unidos lançam na atmosfera 25% dióxido de carbono (CO2) produzido no mundo todo.

Os Estados Unidos foram os mais entusiasmados com a construção de um consenso no Japão. Na época, o presidente americano Bill Clinton declarou: "o acordo é forte tanto ambiental quanto economicamente". Os ambientalistas não receberam as metas propostas com tanto ânimo. O Greenpeace afirmou que "o resultado (de Kyoto) é uma tragédia e uma farsa por ser inadequado para diminuir o impacto ambiental das mudanças no clima".

 

 

 

PROTOCOLO DE KYOTO

 

Foto: APVeja os dez maiores emissores de dióxido de carbono